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Chapada da Diamantina - Vale do Paty 1/4

06:50 já estávamos prontos esperando nosso transporte até o Bomba (Vale do Capão), onde iniciaríamos nossa caminhada pelo Vale do Paty. Mochilas pesadas, levávamos equipamento de camping, bastante comida, além do kit-lanche que o Léo preparou para nós. 07:00, 07:15, 7:45 e nada! O Paulinho PT simplesmente não apareceu para nos levar até lá, instantes de nervosismo. Sabíamos que a caminhada era longa, não conhecíamos a trilha e cada minuto de luz do sol faria diferença no final. A dona do albergue tentava, em vão, falar com o guia e nada. Por sorte, conseguiu falar com o Léo Gatão, que estava de folga, mas se prontificou a nos levar. O cara foi brother. Assim que ele estacionou já entramos no carro e partimos p/ a trilha. Ele nos deixou bem perto da entrada da travessia, alguns últimos conselhos, e partimos para o Vale do Paty. Não tínhamos guia, nem gps, nem bússola. Apenas um mapinha e a promessa de uma bela pernada.



Na verdade, não tem muito como errar. Seguimos por uma subidinha deixando para trás o Capão e o complexo da cachoeira da Fumaça (à esquerda). Já na trilha, mantivemos sempre à direita pelas bifurcações. A trilha é muito batida, difícil de errar. Próximo a um córrego já avistamos o início da Ladeira do Quebra Bunda. Aqui uma cena triste, muitas roupas e comida jogadas num canto!!! Provavelmente alguém devia estar com muito peso e descarregou por ali. Nossa vontade era recolher o lixo, mas como também estávamos muito carregados seguimos viagem. 

Antes de encarar o Quebra Bunda fizemos nosso lanche, ovo cozido, sanduba de atum, bolo , bastante sustância. Tão logo iniciada propriamente a subida, percebemos que o monstro não era tão grande assim. O nome assusta muito mais que a pernada. Achamos bem sussa, talvez por estarmos preparados psicologicamente para algo muito pior. Logo alcançamos a parte de cima e seguimos pela picada na Serra do Rio Preto, margeando por cima os Gerais do Vieira. Não existe sinalização alguma, nenhuma placa, totem, mourão, flecha, absolutamente nada. Com o Gerais do Vieira (Paty) sempre à esquerda seguimos. Parávamos o tempo todo para apreciar o visu. Não conseguimos localizar a trilha vinda do Guiné, tampouco alguma fonte de água. Passamos a cerca de pedra e foi a certeza de estarmos no caminho certo. Apenas uma cobra cruzou nosso caminho durante todo dia. Já entardecendo observamos uma bifurcação à esquerda que certamente era a descida da rampa, mas como nosso objetivo não era desce-lá, fomos direto em direção à Toca do Gavião.


No caminho encontramos uma única alma, um gringo sozinho. Ele nos disse que havia se perdido tentando achar a trilha que descia do Cachoeirão para a Prefeitura (a fenda), como não havia encontrado estava voltando para descer a rampa. Já estava escurecendo e oferecemos uma lanterna, mas ele disse que tinha uma. O relato dele nos preocupou pois era exatamente o que pretendíamos fazer na manhã seguinte. O sol já havia se posto então Carlota foi na frente para tentar localizar a Toca do Gavião. Segundo o Léo era só passar pelo rio e logo a direita já era a picada que subia p/ toca. Encontramos sem dificuldades.

Hora de armar a barraca e preparar a janta. Macarrão à bolonhesa com atum e tang de tangerina, simplesmente divino. Céu estrelado, lindo, depois de bater a cabeça umas 20 vezes no teto da toca ficamos comentando sobre a trilha. Ainda demos um role para ficar brisando nas estrelas e depois de um tempinho fomos dormir.

Dia lindo, trilha show de bola, nota 10!